Dr. Raphael Mazziero dos Santos – Oftalmologista

O pterígio, chamado popularmente de “carne esponjosa” ou “pelezinha no olho”, e que é comumente confundido com catarata, é uma condição oftalmológica que afeta a superfície ocular, caracterizada pelo crescimento anormal da conjuntiva, que é a membrana transparente que recobre a parte branca do olho (esclera). Geralmente, tem a forma triangular ou em forma de asa que se estende a partir dos cantos internos dos olhos em direção à córnea. Embora seja considerado uma lesão benigna, pode causar desconforto e, em casos mais graves, afetar a visão.

Pterígio - Dr. Raphael Mazziero dos Santos
Pterígio

O pterígio é uma condição comum nos olhos, especialmente em populações que vivem em regiões tropicais ou subtropicais. A condição começa com o desenvolvimento de um tecido fibroso, acompanhado de vasos sanguíneos, na conjuntiva. Esse tecido pode invadir a córnea, a parte transparente do olho, causando problemas visuais quando interfere na visão.

Em sua fase inicial, o pterígio pode ser pequeno e assintomático, mas com o tempo, ele pode aumentar de tamanho e levar a sintomas incômodos. Em casos avançados, pode até causar cicatrizes na córnea, distorções visuais e, em última instância, perda parcial da visão.

2. Causas e Fatores de Risco

Embora a causa exata do pterígio ainda não seja bem definida, acredita-se que a exposição prolongada à luz ultravioleta (UV) desempenhe um papel fundamental no desenvolvimento da condição. Estudos sugerem que pessoas expostas ao sol de maneira excessiva e sem proteção adequada para os olhos têm maior risco de desenvolver pterígio. Isso ajuda a explicar por que a condição é mais prevalente em regiões equatoriais, onde a intensidade da radiação solar é maior.

Outros fatores de risco incluem:

  • – Exposição ao vento, poeira e ar seco: Condições ambientais como o vento e a poeira podem irritar a superfície dos olhos e contribuir para o desenvolvimento de pterígio. Em climas secos e áridos, a evaporação das lágrimas pode agravar esse risco.

  •  – Fatores genéticos: Há evidências de que fatores hereditários podem predispor algumas pessoas ao desenvolvimento de pterígio, indicando uma possível predisposição genética.

  • – Idade e gênero: Embora o pterígio possa afetar pessoas de todas as idades, ele é mais comum em adultos de meia-idade, especialmente homens, que estão mais expostos ao ambiente externo.

  • – Doenças oculares preexistentes: Algumas condições que afetam a superfície ocular, como o olho seco, podem aumentar a suscetibilidade ao pterígio.

3. Sintomas do Pterígio

Em suas fases iniciais, o pterígio pode ser assintomático ou causar sintomas leves, como irritação ou vermelhidão ocular. Com o tempo, à medida que o tecido cresce, os sintomas podem se tornar mais pronunciados.

Os sintomas mais comuns incluem:

  • – Irritação ocular: Sensação de corpo estranho no olho, como se houvesse areia ou poeira nos olhos.

  • – Olho seco: A produção reduzida de lágrimas ou a evaporação rápida das lágrimas podem causar ressecamento ocular, o que leva ao desconforto.

  • –  Vermelhidão: A inflamação do tecido pode causar vermelhidão na parte afetada do olho.

  • – Visão turva ou embaçamento visual: À medida que o pterígio invade a córnea, ele pode alterar sua curvatura, causando astigmatismo ou visão distorcida.

  • – Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz): A luz forte pode causar desconforto para quem tem pterígio, principalmente em ambientes ao ar livre.

Em casos mais graves, o pterígio pode interferir diretamente na visão ao invadir o eixo visual central da córnea, prejudicando a acuidade visual.

4. Diagnóstico do Pterígio

O diagnóstico do pterígio é feito por um oftalmologista por meio de um exame clínico simples. Em muitos casos, o médico pode identificar o pterígio apenas observando a superfície ocular com o auxílio de uma lâmpada de fenda, um instrumento que amplia a imagem do olho. Em casos mais avançados, exames complementares, como a topografia corneana, podem ser necessários para avaliar o impacto do pterígio na curvatura da córnea e na visão.

É muito importante a avaliação por um oftalmologista em casos de suspeitas de pterígio pois essas lesões, apesar de facilmente identificadas, precisam ser bem definidas por se assemelharem a outras lesões, como neoplasias que podem ser inclusive a alterações malignas.

5. Qual o médico de Pterígio?

Dr. Raphael Mazziero dos Santos utilizando lâmpada de fenda
Dr. Raphael Mazziero dos Santos utilizando lâmpada de fenda

O médico especialista em Pterígio é o Médico Oftalmologista. O Dr. Raphael Mazziero dos Santos é Médico Oftalmologista em Campinas, SP.

Quando o paciente vai agendar uma consulta com um médico especialista para realizar o seu exame de vista, é importante avaliar se ele atende em um bom hospital ou clínica e quais são as opiniões de outros pacientes. O Dr. Raphael tem excelentes avaliações no google, com nota 5 estrelas.

6. Tratamento do Pterígio

O tratamento do pterígio depende do tamanho, gravidade e sintomas da condição. As opções variam desde medidas conservadoras até cirurgias mais complexas.

Tratamentos Não-Cirúrgicos:

Para casos leves e assintomáticos, o tratamento conservador é suficiente. O principal objetivo é controlar os sintomas e prevenir o crescimento da lesão. As opções incluem:

  • – Lubrificantes Oculares: Colírios lubrificantes ou lágrimas artificiais podem ajudar a aliviar a irritação e a sensação de secura no olho.

  • – Anti-inflamatórios: Colírios com esteroides ou anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) podem ser prescritos para reduzir a inflamação e a vermelhidão, especialmente durante surtos de inflamação aguda.

  • – Óculos de Sol: A proteção dos olhos contra a radiação UV é essencial para retardar o crescimento do pterígio. Óculos de sol com proteção UV e chapéus de aba larga são recomendados para prevenir a progressão da condição.

colírio lubrificante - Dr. Raphael Mazziero dos Santos
Instilação de colírio lubrificante

Tratamentos Cirúrgicos:

Quando o pterígio se torna grande o suficiente para afetar a visão ou causar desconforto significativo, a remoção cirúrgica pode ser necessária. Existem várias técnicas cirúrgicas para tratar o pterígio, cada uma com diferentes taxas de sucesso e recorrência.

  • – Excisão Simples: Nesta técnica, o tecido anormal é removido, mas o principal problema dessa abordagem é a alta taxa de recorrência, com o pterígio retornando em até 50% dos casos.

  • – Excisão com Enxerto Conjuntival: Uma técnica mais eficaz para reduzir a recorrência envolve a remoção do pterígio seguido de um enxerto de conjuntiva autólogo (retirado da própria conjuntiva do paciente) para cobrir a área exposta. Isso ajuda a prevenir o crescimento de um novo pterígio e tem uma taxa de recorrência muito menor, em torno de 5 a 10%.

  • – Terapia com Mitomicina C: Em alguns casos, a mitomicina C, um agente quimioterápico, é aplicada durante a cirurgia para impedir a proliferação celular e reduzir a chance de recorrência.

Complicações da Cirurgia

Embora a cirurgia de pterígio seja segura, existem riscos associados, como cicatrizes corneanas, infecções e, em alguns casos, piora do astigmatismo. Além disso, mesmo com técnicas avançadas, o pterígio pode retornar após a cirurgia. Por isso, o monitoramento regular e a proteção contínua contra a luz UV são recomendados.

7. Prevenção do Pterígio

A melhor forma de prevenir o pterígio é evitar os principais fatores de risco. Algumas dicas incluem:

  • – Proteção UV: Usar óculos de sol com proteção UV e chapéus de aba larga é fundamental para reduzir a exposição aos raios solares prejudiciais.

  • – Ambientes Protegidos: Evitar a exposição prolongada ao vento, poeira e poluentes também pode reduzir a irritação ocular que contribui para o desenvolvimento do pterígio.

  • – Manter os Olhos Hidratados: O uso regular de lágrimas artificiais pode ajudar a manter os olhos hidratados e protegidos de irritantes ambientais.

óculos escuros - Dr. Raphael Mazziero dos Santos
Óculos escuros com filtro para raios ultravioletas (UV)

O pterígio é uma condição ocular comum, mas potencialmente incômoda, que pode afetar a qualidade de vida, especialmente em casos avançados. Embora muitas vezes seja assintomático em suas fases iniciais, o pterígio pode progredir e impactar a visão se não tratado adequadamente. Felizmente, com o diagnóstico precoce, tratamentos eficazes e medidas preventivas, é possível controlar a condição e evitar complicações mais graves. A conscientização sobre os fatores de risco, como a exposição à radiação UV, e o uso de proteção adequada para os olhos são fundamentais na prevenção e no manejo do pterígio.